Uma nota sobre este espaço

“Eu estive com dificuldades para me adaptar. Eu tinha as rodas mais brilhantes, agora elas enferrujaram.”

De tantas músicas da Taylor Swift com as quais eu me identifico, escolhi os primeiros versos de ‘this is me trying’ para (re)inaugurar este espaço. Isso porque este sou eu tentando, mais um vez, usar as palavras para organizar aquilo que em mim precisa ser ajustado.

Em março deste ano completarei 1 ano de admissão como professor na instituição de ensino superior em que trabalho. Antes de iniciar este novo trabalho, minha rotina era permeada pela elaboração de textos e reflexões em busca de oferecer recursos de espiritualidade que ajudassem as pessoas em sua jornada de fé e em comunidade.

Embora os conteúdos que eram elaborados naquele momento fossem específicos daquele e para aquele contexto, o fato de escrever me ajudava a entender a minha fé, a minha percepção de mundo e as experiências que atravessavam a minha jornada.

Porém, com o início de um novo ciclo de trabalho e a ‘abdicação’ do exercício ministerial em uma instituição religiosa, acabei deixando de escrever reflexões (intencionais e espontâneas) e abandonando por um tempo este hábito, sentindo como o que a Taylor diz na música: que minhas palavras ‘enferrujaram’.

Não que eu tenha deixado de escrever neste período. Aliás, se teve uma coisa que eu fiz no último ano, foi escrever. Escrevi trabalhos acadêmicos, artigos científicos, projetos de pesquisa, atividades avaliativas, e-mails, documentos, etc. Escrevi. Escrevi muito.

Escrevi, mas não com alma. Não com lágrimas. Não com um nó na garganta. Escrevi sem aquele grito que clama pela Vida e ecoa em busca de sentido para a existência.

Neste ano, quero me desafiar a, mais uma vez, colocar em palavras as minhas reflexões, indagações e inquietações sobre espiritualidade, religião, leituras, estudos, pesquisas e demais fenômenos que atravessam a minha existência, meu trabalho e minha fé. Quero fazê-lo neste espaço, compartilhando impressões sobre as experiências do cotidiano, da vida em comunidade, dos estudos sobre a psicologia e demais assuntos que julgar importante.

Desejo que este espaço seja como um diário, como um amigo, como um abraço que acolhe meus pensamentos, por vezes, tão desordenados. E desejo que aqueles que o acessam sejam colaboradores, sejam amigos e sejam, de alguma forma, levados a imaginar que é possível construirmos um mundo melhor.

Por fim, não é meu objetivo transformar este espaço num setting terapêutico, tampouco usar esta plataforma como um divã. Quero apenas que minhas palavras sejam levadas pelos ventos digitais, que sejam espalhadas como sementes e que caiam em solos onde brotem alegria, esperança e amor.

E é isso.

F. Laureano.